A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (3), durante o julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), que não existe nenhuma prova que o vincule às investigações sobre tentativa de golpe de Estado. O advogado Celso Vilardi disse que Bolsonaro foi “dragado” para o processo e que as acusações se sustentam apenas na delação do tenente-coronel Mauro Cid e em uma minuta encontrada em celular apreendido.
“Um processo com base em uma delação e em uma minuta encontrada em um celular de uma pessoa que hoje é colaboradora da Justiça. Esse é o epicentro, essa é a pedra de toque do processo. A minuta e a colaboração. Daí em diante, o que aconteceu com a investigação da Polícia Federal e, depois, com a denúncia do Ministério Público é, na verdade, uma sucessão inacreditável de fatos”, argumentou o advogado.
O defensor também criticou a credibilidade de Mauro Cid, afirmando que o ex-ajudante de ordens apresentou versões diferentes em seus depoimentos. “Não há uma única prova que atrele o presidente ao Punhal Verde e Amarelo, à Operação Luneta e ao 8 de janeiro. Aliás, nem o delator, que eu sustento que mentiu, chegou a dizer ‘participação em Punhal, em Luneta, em Copa, em 8 de janeiro’. Nem o delator. Não há uma única prova”, disse Vilardi.
O julgamento, iniciado na terça-feira (2), e que segue até o dia 12 de setembro, envolve Bolsonaro e mais sete aliados apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como parte do ‘núcleo crucial’ da articulação golpista.
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