Governadores lançam consórcio para combate ao crime no Rio de Janeiro


Sete governadores participaram da reunião, nesta quinta-feira (30), para tratar de ações na área da segurança pública para combater o crime organizado no Rio de Janeiro. Eles defendem a criação de um consórcio de cooperação entre os estados.

O encontro foi programado pelos aliados do governador fluminense, Cláudio Castro (PL-RJ), após a operação Contenção nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou na prisão de traficantes do Comando Vermelho e em 121 mortes, sendo quatro policiais. Além de Castro, participaram do encontro Romeu Zema (Novo-MG), Jorginho Mello (PL-SC), Ronaldo Caiado (União-GO), Eduardo Riedel (PP-MS) e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF).

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou das discussões por videoconferência. Os aliados de Castro articularam a visita da comitiva para demonstrar publicamente o apoio político ao governador fluminense, que tem sido alvo de críticas pela megaoperação por causa do número de mortos.

“Fiz questão de estar aqui para me solidarizar com o Castro e parabenizar as polícias do Rio que fizeram uma operação que vai fazer parte da história da segurança pública do Brasil. Tivemos a maior apreensão de armas e prisão coletiva de criminosos de alta periculosidade. Na minha opinião, foi uma operação bem planejada e sucedida”, disse Zema.

Além disso, os governadores anunciaram o “Consórcio da Paz” para tratar de estratégias de cooperação na segurança e agir de forma coordenada sobre o fluxo de armas, a criminalidade interestadual e a nova configuração do crime organizado no Brasil. O movimento também é visto como uma forma de o grupo de governadores da direita se colocar no contraponto a Lula na segurança pública.

A reunião teve a participação de três nomes cotados pela centro-direita como candidatos a presidente da República em 2026: Zema, Caiado e Tarcísio de Freitas. Os governadores que integram a comitiva demonstram insatisfação com a PEC da Segurança Pública, apresentada pelo petista ao Congresso Nacional, principalmente pela centralização das decisões na União, o que, de acordo com o grupo, enfraquece a autonomia dos estados.

Eles também são favoráveis à classificação das facções como organizações terroristas, proposta que tem enfrentado resistência no governo federal. “A União quer centralizar e igualar a resposta ao crime em um país desigual. Santa Catarina é o estado mais seguro do país e tem uma realidade diferente, assim como cada estado. O que precisamos do governo federal é um controle de fronteiras reforçado e recursos para equipar nossas forças de segurança”, declarou o governador Jorginho Mello.

Correligionário de Castro e um dos governadores mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o chefe do Executivo catarinense criticou o governo petista pela política de desarmamento sob a justificativa de que as armas poderiam abastecer as facções criminosas. “A realidade no Rio de Janeiro nos mostra que o poder do crime é medido por número de fuzis. Esse armamento não é acessível aos CACs [colecionador, atirador desportivo e caçador], ele chega por nossas fronteiras”, cobrou.

Gazeta do Povo

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