O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preferiu não se manifestar sobre as sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por meio da Lei Global Magnitsky. Questionado ao sair da sede do PL, em Brasília, nesta quarta-feira (30), Bolsonaro disse apenas: “Eu não tenho nada com isso”. As informações são do jornal O Globo.
Mesmo após o próprio Moraes afirmar que “não há qualquer vedação” para que o ex-presidente conceda entrevistas, Bolsonaro tem adotado uma postura de silêncio. Ele está sob medidas cautelares impostas pelo STF e segue proibido de usar redes sociais. Ao entrar na sede do partido, também evitou comentar a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), aliada de longa data.
Apesar da declaração de isenção, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, teve participação direta nos bastidores do pedido de sanções. De acordo com reportagens, o parlamentar articulou junto ao governo norte-americano a aplicação da Lei Global Magnitsky contra Moraes, com o objetivo de garantir anistia a Jair Bolsonaro e a outros envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Um dos principais aliados de Eduardo, o influenciador bolsonarista Paulo Figueiredo, reforçou o ataque ao STF em publicação na rede social X (antigo Twitter), dizendo que os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes podem ser os próximos a sofrer sanções, caso não “soltem a mão do tirano”, referindo-se a Moraes.
A aplicação da Lei Global Magnitsky é considerada um passo grave nas relações diplomáticas. Até então, ela vinha sendo usada exclusivamente contra líderes de regimes autoritários, terroristas e indivíduos envolvidos em violações sistemáticas de direitos humanos, lavagem de dinheiro ou assassinatos em série.
Se Ligue Bahia
Foto: Carolina Antunes/PR
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